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Memória: Há 73 anos, o tetracampeonato

Para muitos botafoguenses, sobretudo os mais jovens, o dia 26 de janeiro de 2009, não passaria de ser mais uma segunda-feira, portanto um dia comum como outro qualquer.

 

Assim,. folheando livros sobre essa mania chamada Botafogo, um prazer que se renova dia após dia, mês após mês, ano após ano, descobri que a data não poderia nem merecia mais ser ignorada, passada em branco, e sim festejada em preto e branco.

 

É que nesse dia, há exatos 73 anos, (26 de janeiro de 1936),  no histórico estádio de São Januário, do Vasco, o Botafogo e sua torcida viveram mais uma tarde inesquecível, gloriosa, a da conquista do tetra campeonato carioca (o mais tradicional, o mais charmoso, o mais amado de todos os campeonatos regionais, que me desculpem os respeitáveis cronistas, formadores de opinião da era da multimídia, que vivem a condenar a morte o torneio que já está entrando em sua edição de número 103).

 

O jogo decisivo contra o Andaraí, que contava com o apoio total da torcida do Vasco, que em caso de derrota do Botafogo, seria o campeão e impediria o feito inédito do Glorioso, foi dramático do princípio ao fim. Aliás, bem ao jeito do Botafogo e suas façanhas.

 

Mas ao final dos 90 minutos, o placar lá estava: Botafogo 5, Andaraí 4. Um placar que começou com o valente Andaraí fazendo 1 a 0, gol de Chagas. Ainda no primeiro tempo, porém, contando sobretudo com uma genial atuação de Leônidas da Silva na meia esquerda e de seus notáveis artilheiros Carvalho Leite, Álvaro e Patesko, o Botafogo virou o jogo para 2 a 1.

 

Aqui vale um parêntesis, devido a muitas omissões que se fazem sobre a carreira de craque e ídolo de Leônidas da Silva, o Diamante Negro,  o homem que inventou o gol de bicicleta). Sim , o clube que consagrou Leônidas aos 21 anos, como um dos maiores da história do futebol brasileiro, foi o Botafogo que comprou seu passe ao Bonsucesso, que o revelou. Na campanha do tetra, o Diamante Negro marcou nove gols com a camisa da estrela solitária. Depois, sim, é que Leônidas se tornou ídolo no Flamengo e sobretudo no São Paulo.

 

Voltando ao jogo: no segundo tempo, depois de fazer 3 a 1, o Botafogo sofreu uma incrível virada do Andaraí, sob os gritos da torcida vascaína: que marcou três gols seguidos e fez 4 a 3. Parecia o fim do sonho do tetra. Parecia, pois em duas magistrais jogadas, Carvalho Leite primeiro empatou em  4 a 4 e no último lance, Russinho fez o quinto. Botafogo tetra campeão carioca.

 

Botafogo:Alberto, Octacílio e Nariz; Alfonso (Luciano), Martim e Canalli: Álvaro, Leônidas da Silva (Viveiros), Carvalho Leite, Russinho e Patesko.

Andaraí: Diógenes, Baiano (Gomes) e Cazuza: Bethuel, Baby e Veranotti; Chagas, Astor, Romualdo, Bianco e Mineiro.

Gols: Botafogo: Álvaro (2), Carvalho Leite, Patesko e Russinho; Andaraí: Mineiro (2), Chagas e Bianco.

Árbitro: Lóris Cordovil

 

Os números do tetra campeonato do Botafogo (1932/33/34/35)

Jogos: 113

Vitórias: 75

Empates: 22

Derrotas: 16

Gols pró : 320

Gols contra: 176

Artilheiros: Carvalho Leite (70 gols); Nilo Murtinho Braga (69):



José Antonio Gerheim