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Zárate quer sequência p/ ganhar ritmo

Calado, quieto e com poucos amigos. Este era o retrato de Leandro Zárate quando chegou ao Botafogo. Mais difícil do que muita gente pensa, a adaptação em outro país foi dificultada por sua timidez e pela enxurrada de críticas logo na sua chegada. Há três meses no clube, as palavras e os sorrisos já saem com mais facilidade e uma nova fase se inicia para Zárate. 

Após entrar no segundo tempo da partida contra o Grêmio, no último sábado e ter boa participação, o jogador ganhou elogios do técnico Ney Franco e pode ganhar uma vaga de titular, já na partida desta quinta-feira, contra o Vitória, no Estádio Olímpico. Um prêmio para quem ouviu de tudo um pouco e mesmo assim permaneceu trabalhando tranqüilo.

“Já estou me sentindo bem melhor, entrando no clima e me acostumando com o jogo do Botafogo. Acredito que com uma seqüência de jogos poderei render melhor”, afirmou o atacante, que elogiado pelo comandante alvinegro.

“Ele foi muito bem e precisa de ritmo. Estou pensando se o coloco desde o início ou se ele entra no segundo tempo na quinta-feira”, disse Ney Franco.
 
Em quatro meses esta será apenas a terceira partida de Zárate, nenhuma jogando os noventa minutos. Assim, é natural que ele não renda tudo o que pode, mas não se importa com as críticas ao seu futebol e garante que vai mostrar o verdadeiro artilheiro que é.

“Não me importo que critiquem minhas atuações dentro de campo. Falam muito sobre coisas as quais não deveriam se meter, não sabem o que realmente se passa. Não interessa por exemplo se venho para o clube de ônibus ou de carro. Quem deve se preocupar com isso sou eu. Mas estou tranqüilo, trabalho  para ajudar o Botafogo. Tenho contrato de quatro anos, quero fazer gols e ser campeão aqui”, afirmou ele, que completou. “A Sul-Americana é difícil, mas estamos bem, acredito que podemos vencê-la. O Botafogo merece, tenho fé nesse grupo”, afirmou sorridente.

E se depender dos números, a torcida alvinegra  pode se animar. Aos 24 anos, Zárate começou profissionalmente aos 16 e já jogou em sete clubes antes de chegar ao Botafogo, entre eles Argentinos Júniors e Unión Santa Fé. Em só um, acabou  não se tornando o artilheiro de sua equipe, mesmo assim, devido a uma série de contusões. A inspiração para o faro de gol tão apurado vem de outro camisa 9 da Seleção branco e celeste.

“Como todo o argentino tenho Maradona como meu maior ídolo, mas me inspiro muito no Batistuta. É um atacante que sempre me agradou pela sua raça, forma de jogar e de marcar gols. Sempre me espelhei nele, espero um dia também poder chegar à Seleção e fazer história como ele fez. Por isso, quero marcar meu nome também no Botafogo.” É o que a torcida espera.



Bernardo Peirão