Em 1999 na final da Copa do Brasil eu e mais 100.999 botafoguenses (o público foi de 101 mil presentes) saímos do Maracanã sentindo a amarga frustração do inacreditável empate de zero a zero com o o Juventude e a perda do título inédito que parecia tão perto, tão fácil de conquistar pois bastava apenas um gol (um gol como esse de Fahel, por exemplo, contra o Fluminense na semifinal da Taça Guanabara, que nos colocou na grande final, domingo contra o Resende). Gol que não veio após 90 minutos de massacre contra o gol gaúcho.
Cheguei à redação do Jornal dos Sports e ao entrar na sede ainda na rua Tenente Possolo na praça da Cruz Vermelha (quanta saudade do prédio cor de rosa), vi que minha frustração aos poucos foi se transformando em mais amor e paixão por esse clube singular, o que tem o escudo mais bonito do mundo, o hino mais belo e mais cantado.
Sentei em minha cadeira, abri o computador e as teclas começaram a registrar não a tristeza da perda do título, mas sim, o que poucos, pouquíssimos, perceberam: se o time em campo havia perdido a batalha, aqueles 101 mil botafoguenses que coloriram o Maracanã de preto e branco não haviam sido derrotados.Ao contrário sairam do estádio vitoriosos pois bateram o recorde de publico de um torcida só naquele que já foi o maior estádio do mundo. Vitória e recorde que jamais será igualado. O título da crônica? Torcida Campeã.
É essa torcida que a fase atual do Botafogo, do seu time, de sua Comissão Técnica, merece ver domingo no Maracanã na final da Taça Guanabara preencher os 69 mil lugares disponíveis e repetir o maravilhoso e inesquecível espetáculo em branco e presto do “Jogo dos 100 mil” . E, claro, sair de lá pelas ruas cantando o primeiro título dos muitos que certamente virão. Lugar de botafoguense domingo é no Maracanã, e não num sofá em frente a telinha da TV.
Com todo o respeito ao grande Resende, o time que tirou o Flamengo da final.
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